segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Maestro
É tudo senão este vento que me acaricia a pele em tom de sinfonia quebrada...
São notas soltas que não compõem uma melodia.
Apenas notas soltas à espera de união para criar a música que eu posso ouvir
sem tapar os ouvidos e lançar uivos de inquietação e desgosto.
São notas quebradas, como a melodia, com muitas pausas a intercalar o incessante barulho.
Não percebo a sua origem.
É como se viajassem anos luz até mim,
Tornando inacessível o acesso a esse instrumento que baralha a razão
e a destrói...
São notas sem construção,
são notas perdidas nas teias do tempo.
Não foi maestro quem as compôs,
o tempo não é maestro...
É simplesmente autodidacta no seu caminhar...
As notas que profere não têm lugar na pauta rasgada...
É tudo senão um inicio desconhecido,
Com um vento que acaricia a face de quem não o sente
É o livre arbítrio desse ar que respiro sem o ver
É tudo senão uma teia vulgar e sem cor, com notas presas,
Na atitude inigualável do maestro desastrado.
Ajeihad
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