terça-feira, 2 de novembro de 2010

Chuva & Sol




Existem alturas que julgamos determinado o nosso trilho, que é isso mesmo, que desta vez acertamos.  Quantas vezes não temos a mesma sensação? Mas estamos tão longe da verdade, mais uma vez... Sentimos na pele que infelizmente a nossa certeza é, e sempre será, concebida até certa e determinada altura.
Esta é a nossa demanda.  A única certeza são os sonhos, que vêm para a preencher. Vêm de noite, de mansinho... Estão para nós, como um gelado está para uma criança gulosa em dia quente de Verão. Acordamos e o dia está chuvoso e escuro.  Não que eu desgoste de dias chuvosos, aliás eu gosto desses dias! Ficar do lado seco da janela e ver aquelas pequenas gotas que nos tentam agredir, mas sem sucesso. Há algo de místico e mágico. Mas dias chuvosos estão para nós como um pesadelo. Se nos atormentam por tempo demasiado, acabam por nos assustar e tornar  demasiado débeis e melancólicos... Porque para nós, dias escuros de chuva são como trevas que nos enevoam os olhos e alma...
Dias de sol são como uma lufada de ar fresco depois da tempestade. Permitem-nos fechar os olhos, abrir a janela e saltar através dela. As sensações de liberdade e alívio acompanham o novo dia solarengo e cheio de luz. Fechamos os olhos com a cara a apontar aos altos céus e apreciamos aquele momento como se fosse o último.
É um ciclo. Quantas e quantas vezes já nos sentimos perdidos e deslocados durante a nossa existência? Quantas e quantas vezes encontramos esse sol morno que nos aqueceu a cara?
Por mais que caminhemos tendemos para um inicio renovado de tristezas, desilusões, alegrias e sorrisos. É a nossa condição enquanto seres racionais que desenvolveram esta capacidade  de sentir.
Por agora quero findar e fechar! Despedir-me deste ciclo! Quero a outra metade. Quero sorrir! Quero o sol, o céu azul, as nuvens brancas! O vento suave que passa e me acaricia e arrepia. Aquele que me dá alento pelo novo dia que começa!

Ajeihad

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